2 - Ano XCVII • NÀ 186
Diário Oficial do Estado de Pernambuco - Poder Executivo
Recife, 3 de outubro de 2020
RELIGIOSIDADE
F ! ": M$%& ' D()*
Tereza,
uma mulher
de muita fé
Servidora da Seplag habituou-se
a ir à missa perto do trabalho na
hora do almoço, onde aproveita
para rezar pelos colegas
A !" $% &'%()%*+,'
a missa, Tereza se
envolveu nas ações sociais
da paróquia e arrecada
alimentos não-perecíveis e
roupas para ajudar aos
moradores de Santo Amaro
P % M$%+," A'-%).
A
história da servidora Tereza Cristina Cavalcanti
Travassos Moreira, de 67 anos, não é sobre uma religião específica,
mas sobre sua espiritualidade. Um altruísmo inato retroalimentado pelos dogmas
que ela resolveu acreditar e
seguir, mas que cabe na vida de qualquer pessoa, de todas as religiões. O sentimento puro e inocente pela ótica
de quem crê, sobretudo, em
praticar a bondade e o amor
ao próximo. Esse olhar sobre
o outro, que ao invés de subtrair ou dividir, soma. Tereza gosta de rezar e “fazer o
bem sem olhar a quem”. Um
dia, ela descobriu uma missa,
sempre às quintas-feiras, na
Igreja Nossa Senhora da Piedade, Rua do Lima, em Santo Amaro, a um quarteirão
do seu trabalho, na Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco (Seplag).
Tereza começou a servir
ao Estado aos 29 anos, em
1982, na Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes. Com
a extinção da pasta, passou a
integrar o quadro da Secretaria de Indústria, Comércio
e Turismo e, posteriormente, foi lotada na Seplag, onde
desempenha a função de secretária de apoio ao gabinete. Muitos de seus colegas já
tiveram seus nomes mencionados em voz baixa nas orações feitas por ela. Alguns
nem sequer tomaram conhecimento que figuraram nas
rezas de Tereza.
A solidariedade pelos enfermos é o único momento
em que ela sai do anonimato
e diz: “Vou rezar por essa pes-
soa hoje mesmo!”. Suas orações seguem um roteiro de
agradecimento pelas graças
alcançadas em sua vida, como a cura do marido que teve
dois melanomas agressivos
em 2018. “Pedidos, agora,
somente para os outros. Faço por amor e me sinto muito
bem em poder fazer alguma
coisa pelo próximo”, pontua.
Nascida no Dia de São
José, 19 de março, acha que
possui duas características de
personalidade atribuídas ao
santo carpinteiro: a humildade e a vontade de trabalhar.
Na infância, Tereza estudou no Colégio das Damas
da Instrução Cristã, um educandário de freiras que só
aceitava moças. Lá, conheceu e se apegou à fé católica
e passou a praticá-la em sua
essência, seguindo o preceito fundamental do amor ao
próximo. A partir de então,
conduziu sua vida sob três
poderosos alicerces morais:
empatia, gentileza e caridade.
Além de frequentar a missa, Tereza se envolveu nas
ações sociais da paróquia,
ajudando a arrecadar alimentos não-perecíveis e doações
de roupas para ajudar moradores de Santo Amaro. Hoje,
afastada da Seplag por causa da pandemia da Covid-19
e por pertencer ao grupo de
risco, ela tem rezado prioritariamente em casa.
Com a retomada parcial
das celebrações eucarísticas, passou a visitar o Convento de São Félix da Ordem
dos Capuchinhos, no bairro
do Pina, em horários de pouca visitação e tomando todos
os cuidados (máscara, álcool
gel em uma mão e terço na
outra). “Penso que se as pessoas fossem menos egoístas
e se doassem mais, o mundo seria bem melhor”, ensina Tereza.